O senador Reditário Cassol (PP-RO) aproveitou o esvaziamento do Senado em plena quinta-feira (6) e, com poucos colegas em plenário, subiu à tribuna para defender o uso de chicote em presos. Reclamando do auxílio financeiro garantido pelo governo federal às famílias de detentos, chamado auxílio-reclusão, Reditário chamou o benefício de “facilidade para pilantra”. E, em seguida, disse que preso que não quisesse trabalhar mereceria “chicote, que nem antigamente”.
“Nós temos que fazer um trabalho e modificar um pouco a lei aqui no nosso Brasil, para que venha a favorecer as famílias honestas, que trabalham, que lutam, que pagam imposto para manter o Brasil de pé. E não criar facilidade para pilantra, vagabundo, sem-vergonha, que deveria estar atrás da grade de noite e, de dia, trabalhar. E, quando não trabalhasse de acordo, o chicote, que nem antigamente, voltaria”, discursou o senador por Rondônia, primeiro-suplente do filho, Ivo Cassol (PP-RO), licenciado desde julho por “licença saúde-particular”, como registra sua página no Senado.
Reditário criticou ainda os valores fixados em lei tanto para o salário mínimo quanto para o auxílio-reclusão. “É um absurdo que a família de um pai morto pelo bandido, por exemplo, fique desamparada, enquanto a família do preso que cometeu o crime receba o auxílio previdenciário de R$863,60, valor maior até que o salário mínimo aprovado pelo Congresso Nacional, que é hoje de R$545,00”, acrescentou o parlamentar de 75 anos, informando que trabalhará para que o Código Penal seja alterado para “fazer voltar um pouco o velho tempo”.
“Hoje, quando [o condenado] é libertado, sai dando risada, rindo ainda das autoridades. Em poucas semanas, em poucos meses, está de volta [à cadeia]. E nós, os brasileiros que trabalham, honestos, sérios, mantemos tudo isso aí. Os presídios vivem superlotados. Por que vivem superlotados? Porque nós, legisladores, criamos vantagens para eles, beneficiando-os e ainda reduzindo a pena”, concluiu o senador, contestado em aparte apenas pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Pago pela Previdência Social, o auxílio-reclusão beneficia por tempo determinado dependentes e familiares, em situações especiais, do segurado detento. O benefício social é garantido por todo o período de cumprimento das penas de regime fechado ou semi-aberto. A ajuda de custo é vetada àqueles condenados sob “livramento condicional” ou cumprindo pena em regime aberto. Como registra a Previdência (saiba mais sobre o auxílio), “após a concessão do benefício, os dependentes devem apresentar à Previdência Social, de três em três meses, atestado de que o trabalhador continua preso, emitido por autoridade competente, sob pena de suspensão do benefício”.
Congresso em Foco
Olá, eu já ouvi falar desse absurdo ...o uso do "chicote", mas em alguma coisa eu concordo com ele, o auxílio-reclusão é "outro absurdo".
ResponderExcluirUm incentivo (?) para os bandidos...se nem o pobre trabalhador assalariado ganha isso!!!
Sei lá, tá todo mundo louco, e eu postei algo que pode te agradar, é a minha realidade.
Beijo da Mery*