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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Presos alagam 11 celas do novo pavilhão da penitenciária Estadual de Alcaçuz

O Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, que há menos de um mês começou a receber presos, passou por uma prova de fogo -ou melhor, de água -, no último domingo. Oitenta e seis detentos abriram as torneiras das pias das celas e inundaram 11 delas, além de alguns corredores. Os presos, todos oriundos do Pavilhão 4, - já conhecido por abrigar os criminosos mais problemáticos e local de onde mais fugas ocorreram desde a inauguração de Alcaçuz em 1998 -, complementaram o ato de vandalismo rasgando os respectivos colchões.

A proibição de visitas e "benefícios" como televisão, aparelhos de som e ventiladores, barganhados pelos apenados junto as direções das unidades em troca de bom comportamento, foram motivos suficientes para que um princípio de rebelião acontecesse naquele novo prédio em Nísia Floresta. Todos permanecem nas mesmas celas e dormindo somente sobre a cama de alvenaria. Os envolvidos devem ser punidos com regressão de pena por depredação do patrimônio público.

Na manhã da segunda, havia aparente tranqüilidade dos detentos, que tiveram de fazer a limpeza das celas e corredores atingidos pela água. O coordenador da Administração Penitenciária do RN, José Olímpio, informou que a inundação ocorreu porque os agentes esqueceram abertas travas que controlam o fluxo de água para descarga da privada, chuveiro e torneira. "Houve uma falha no fechamento das trancas da descarga e torneiras. Quando os presos descobriram, quebraram as torneiras e começou o problema", narrou o fato. Ao ser perguntado se haveria reforço na vigilância dos atos dos apenados, Olímpio informou que 20 agentes penitenciários entre os 16 exclusivos do Pavilhão mais a ajuda de outros vindos de Alcaçuz são suficientes.

Até segunda ordem, visitas estão proibidas para os presos dos Pavilhão Rogério Coutinho, determinação de José Olímpio cumprida desde a semana passada em decorrência da quebra de duas estruturas de acrílico que ficam na parte das celas que fica para o lado externo da edificação, acontecidas na primeira visita que aqueles presos tiveram direito há cerca de 10 dias. O diretor da unidade, major PM Marcos Lisboa, esclareceu que a meta de manter o pavilhão como padrão fecha os caminhos para que reivindicações como aparelhos eletrônicos sejam atendidas. "A instrução que temos é de não ceder a esses pedidos e manter nossa unidade como padrão", esclareceu. Sobre o perfil dos apenados que promoveram o motim, Lisboa informou serem eles, em maioria, latrocidas (roubam e matam a vítima) e responsáveis por roubos simples, além de furtos.

O diretor confirmou que a maior parte das fugas são registradas no Pavilhão 4, de onde saíram os que participantes da rebelião. O motivo das fugas, ele creditou a própria estrutura de concreto sobre a qual foram erguidas as celas. Apenas 30 cm de concreto dividem o piso da areia, quando para se fazer jus a definição de "presídio de segurança máxima", seria necessário ter de um a dois metros de blocos maciços que impeçam a escavação.

Fonte: TN Online

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