PAU DOS FERROS
Em Pau dos Ferros o programa mostrou o funcionamento
precaríssimo do Hospital Regional da cidade.A unidade de saúde tem uma
sala de reanimação com dois aparelhos novos, disponibilizados pelo
Ministério da Saúde, que custam cerca de 60 mil reais, mas não
funcionam. Faltam ventiladores mecânicos. O plantonista disse que é
difícil e, às vezes, tem que decidir quem vive de quem morre por falta
de equipamento. No mesmo Hospital falta gase e as luzes só são
ligadas próximo ao anoitecer.
A repórter Eliane Scardovelli, escalada fazer a matéria, descobriu nos
fundos da unidade de saúde um verdadeiro cemitério de ambulâncias
inutilizadas, caracterizando a falta de zelo com o bem público. Durante
as gravações, deu entrada no hospital, Maria Clara, uma criança de
apenas três anos que se queixava de dores na barriga e convulsões. A mãe
revoltada falou que o local não dispunha de medicamentos obrigando-a
comprar para aliviar as dores da menina. As mazelas não param por aí.
Por falta de especialistas em Pau dos Ferros a criança precisou ser
removida às pressas para Natal. Novamente um serviço que deveria ser
gratuito recai sobre os ombros da mãe da menina. Ela teve que
desembolsar 150 reais para pagar uma enfermeira que acompanhasse a
filha, já que a norma da unidade de saúde é só liberar a ambulância com
o acompanhamento deste profissional. Após 400 KM e uma viagem de 5
horas , finalmente Maria Clara foi atendida e diagnosticada.
CAICÓ
Com uma câmera na mão e algumas roupas na mochila, a repórter
Paula Akemi passou três dias no hospital de Caicó (RN). A situação por
lá não é muito diferente da de Pau dos Ferros. O doutor Irami Araújo,
ex-prefeito de Caicó, foi chamado de herói pelo repórter Caco Barcelos,
e não foi a toa. Mesmo com um lado do corpo paralisado, por conta de um
AVC, Irami atendeu cerca de 200 pessoas em um único dia.
UTI EM CAICÓ É EUFEMISMO, O QUE EXISTE SÃO LEITOS DEFICIENTES E SEM EQUIPAMENTOS
A repórter entrou naquela que seria a UTI do HRC. De cara, o médico a
alertou que o local não tem respirador. Ele disse também que se o
paciente precisar desse equipamento vai morrer. Tal situação, segundo o
Ministério da Saúde, não caracteriza uma UTI, porém em uma sala ao lado,
três equipamentos novos e modernos estavam parados por falta da
capacitação técnica de profissionais para operá-los, além de faltar
peças periféricas. O médico desabafou. "Por falta de condições básicas
de funcionamento, muitas Marias, Joãos e Pedros já morreram e vão morrer
a míngua no Hospital Regional de Caicó". Apesar de ter sido exibida
nesta terça, a reportagem foi gravada no início de maio.
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