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domingo, 3 de junho de 2012

Em busca de uma agricultura sem química

Predominante na agricultura comercial, os agrotóxicos não são unanimidade. O agrônomo Roberto Selig defende uma economia rural livre de produtos químicos. Dono de uma propriedade de 30 hectares em Teresópolis, ele se posiciona no lado oposto ao dos defensores dos pesticidas.
— É claro que a agricultura sobrevive sem agrotóxicos. Inviável é sistematizar um produto que chega contaminado à população. Isso sem falar da perda ambiental. Todos os cursos d’água que cortam esta região cheia de pequenas culturas altamente dependentes de agrotóxicos vão parar no Rio Preto, de onde saem 75% da água que abastece Teresópolis.
Aos 55 anos, Selig é pai de três filhas e avô de um menino. Ele conta que virou produtor há 30 anos e que chegou a usar defensivos na lavoura. Mas que, pensando na saúde da família, convenceu-se de que estava no caminho errado. Hoje cultiva produtos variados em seu terreno, usando técnicas naturais que dispensam o uso de agrotóxicos. Ele se tornou defensor radical da agroecologia, uma proposta alternativa que aposta na agricultura familiar e tem forte compromisso com a sustentabilidade.
Ele ajudou a fundar a Associação de Agricultores Biológicos do Rio (Abio) para difundir a agricultura orgânica e assistir o produtor. Hoje é um dos responsáveis por uma feira de orgânicos na cidade. Para Selig, o produto cultivado sem o uso de defensivos e fertilizantes químicos vai conseguir cada vez mais espaço na preferência não só do consumidor, mas também do produtor, barateando os custos e o preço nas prateleiras.
Outros adeptos da agricultura orgânica têm opiniões semelhantes. Eduardo Guimarães, responsável técnico pelo Sítio do Moinho, produtor de Itaipava que fornece orgânicos para restaurantes, hotéis e supermercados do Rio, diz que a demanda, hoje, ainda é muito maior que a oferta:
— O preço dos orgânicos tem caído. E a tendência é que cair mais à medida que mais produtores forem adotando este modelo de produção.

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