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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Profissão Repórter mostra o caos nos hospitais públicos de Caicó e Pau dos Ferros no RN

O retrato do caos no sistema de saúde pública do RN, mostrado pelo programa Profissão Repórter, da Rede Globo de Televisão, não deve ter pego nenhum potiguar de surpresa nem tampouco os caicoenses e moradores de mais de 20 cidades que gravitam em torno da capital do Seridó. Esse filme é antigo, mas logicamente, quando é levado ao ar em rede nacional, por uma TV com a audiência da Rede Globo, a repercussão é imediata e instantânea. O assunto dominou as redes sociais na noite deste dia 05 de junho.Os repórteres Paula Akemi, Eliane Scardovelli e Rafael Batista foram os profissionais que viajaram para Pau dos Ferros e Caicó
  PAU DOS FERROS
 Em Pau dos Ferros o programa mostrou o funcionamento precaríssimo do Hospital Regional da cidade.A unidade de saúde tem uma sala de reanimação com dois aparelhos novos, disponibilizados pelo Ministério da Saúde, que custam cerca de 60 mil reais, mas não funcionam. Faltam ventiladores mecânicos. O plantonista disse que é difícil e, às vezes, tem que decidir quem vive de quem morre por falta de equipamento. No mesmo Hospital  falta gase e as luzes só são ligadas próximo ao anoitecer.
A repórter Eliane Scardovelli, escalada fazer a matéria, descobriu nos fundos da unidade de saúde um verdadeiro cemitério de ambulâncias inutilizadas, caracterizando a falta de zelo com o bem público. Durante as gravações, deu entrada no hospital, Maria Clara, uma criança de apenas três anos que se queixava de dores na barriga e convulsões. A mãe revoltada falou que o local não dispunha de medicamentos obrigando-a comprar para aliviar as dores da menina. As mazelas não param por aí. Por falta de especialistas em Pau dos Ferros a criança precisou ser removida às pressas para Natal. Novamente um serviço que deveria ser gratuito recai sobre os ombros da mãe da menina. Ela teve que desembolsar 150 reais para pagar uma enfermeira que acompanhasse a filha, já que a norma da unidade de saúde é só liberar a ambulância com o acompanhamento deste profissional. Após 400 KM e uma viagem de 5 horas , finalmente Maria Clara foi atendida e diagnosticada. 
  CAICÓ
Com uma câmera na mão e algumas roupas na mochila, a repórter Paula Akemi passou três dias no hospital de Caicó (RN). A situação por lá não é muito diferente da de Pau dos Ferros. O doutor Irami Araújo, ex-prefeito de Caicó, foi chamado de herói pelo repórter Caco Barcelos, e não foi a toa. Mesmo com um lado do corpo paralisado, por conta de um AVC, Irami atendeu cerca de 200 pessoas em um único dia. 
  UTI EM CAICÓ É EUFEMISMO, O QUE EXISTE SÃO LEITOS DEFICIENTES E SEM EQUIPAMENTOS 
A repórter entrou naquela que seria a UTI do HRC. De cara, o médico a alertou que o local não tem respirador. Ele disse também que se o paciente precisar desse equipamento vai morrer. Tal situação, segundo o Ministério da Saúde, não caracteriza uma UTI, porém em uma sala ao lado, três equipamentos novos e modernos estavam parados por falta da capacitação técnica de profissionais para operá-los, além de faltar peças periféricas. O médico desabafou. "Por falta de condições básicas de funcionamento, muitas Marias, Joãos e Pedros já morreram e vão morrer a míngua no Hospital Regional de Caicó". Apesar de ter sido exibida nesta terça, a reportagem foi gravada no início de maio.

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