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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Motim e tentativa de fuga levam tensão às delegacias de plantão de Natal



Um motim e uma tentativa de fuga levaram tensão às delegacias de plantão de Natal, as únicas ainda em funcionamento devido à greve dos agentes e escrivães da Polícia Civil. Os mais de 60 presos, alojados nas únicas celas de cada uma das unidades, resolveram protestar contra a situação das carceragens.

Na Delegacia de Plantão da Zona Sul, cerca de 40 detentos, postos em uma cela que deveria suportar no máximo 10 deles, utilizam-se de um rodízio para poder dormir. Segundo informações de agentes, um dos presos não quis participar do rodízio e ceder seu lugar para um colega de cela, proporcionando um tumulto no local.

Os presos quebraram a grade, que até o momento está apenas escorada na parede. Alguns servidores limparam o local na manhã de ontem, retirando o entulho do que foi quebrado por eles. Quem assistiu tudo sentado, de fora da cela, mesmo estando custodiado, foi José Patrício Medeiros, 54 anos. Preso por estelionato desde osábado passado, ele está amarrado a uma moto. "Sou réu primário, já fiz o pedido para ser solto por dois advogados e até agora nada. Já estou há quatro dias sentado nesta cadeira, preso nesta mobilete, porque não tem vaga na cela", reclama ele.

Na Zona Norte a situação não está nem um pouco diferente. Em uma cela que comportaria normalmente quatro presos, estão desde ontem 16. Sem banheiro nem água, tendo como único meio de circulação do ar um pequeno ventilador, os presos revoltaram-se. Dia após dia, os aprisionados enchem sacolas de plástico com fezes e urina e jogam fora da cela. "Enquanto a Sejuc (Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania) não abrir vagas nos presídios, a situação não vai melhorar nas delegacias. Os agentes da Polícia Civil estão trabalhando de carcereiros, ao invés de cumprir suas funções", explicou a agente Tânia Silva, responsável pela movimentação dos presos.

Na manhã de ontem, estava previsto a retirada de 10 presos das carceragens das delegacias de plantão. A transferência para osCentros de Detenção Provisória (CDP's), administrados pela Sejuc, porém, não foi confirmada, permanecendo o estado de superlotação das celas nas duas únicas delegacias que funcionam na capital potiguar.

fonte: dn online

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